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Bloqueios anestésicos de nervos e periféricos

Bloqueios anestésicos de nervos e periféricos

O bloqueio de nervos periféricos é um tipo de anestesia parcial que tem por objetivo controlar a dor de uma forma mais duradora. Com essa técnica anestésica é possível reduzir a utilização de medicamentos analgésicos sistêmicos potentes tanto no intraoperatório como no pós-operatório.

O bloqueio de nervos periféricos também pode ser aplicado juntamente com outra técnica anestésica, como é o caso da sedação e anestesia geral. Dessa forma, o desconforto do paciente ficar acordado durante todo o processo cirúrgico é evitado.

Antes de explicar como funciona essa técnica anestésica, é importante esclarecer o que são os nervos periféricos. Os nervos periféricos fazem parte do sistema nervoso e trafegam fora da medula espinhal e do encéfalo. Eles são responsáveis pela parte motora e sensitiva de diversas regiões do corpo, como os membros inferiores e superiores, parede abdominal, parede torácica, entre outros.

O uso do bloqueio de nervos periféricos permite que a mensagem de dor provocada pela intervenção cirúrgica não seja enviada para o cérebro, pois com o uso do anestésico local essa transmissão é bloqueada.

Como bloquear os nervos periféricos?

O bloqueio de nervos periféricos deve ser feito por um profissional que tenha um conhecimento aprofundado da anatomia humana para localizar os nervos mais calibrosos (nervos periféricos). O mais indicado é que este procedimento seja realizado por um anestesiologista, cuja formação o permite aplicar a técnica anestésica com segurança e efetividade.

O procedimento para bloquear os nervos periféricos é considerado simples, mas exige preparo técnico. A primeira etapa consiste em fazer a assepsia do local da pele que será puncionada para atingir as imediações nervosas. Na sequência, o anestesiologista administra o anestésico local ao redor dos nervos por meio de uma injeção.

A neuro estimulação é uma ferramenta para que o anestesiologista localize com mais facilidade o nervo que se deseja bloquear. É importante conhecer a resposta que se quer obter quando se estimula o nervo, através de uma agulha específica acoplada a um aparelho chamado de Estimulador de Nervo Periférico. Dependendo da resposta e intensidade do estímulo nervoso, o anestesista consegue saber se aquele nervo que ele está estimulando é o responsável pela sensibilidade da região em que se deseja bloquear.

Atualmente, a anestesia para bloquear os nervos periféricos conta também com o auxílio do ultrassom para que o profissional visualize as estruturas neurovasculares com mais clareza e precisão, melhorando consideravelmente as taxas de sucesso da técnica.

É possível ainda o anestesista manter um cateter peri nervoso para prolongar o bloqueio anestésico ou mais frequentemente para prolongar a analgesia pós-operatória.

Onde o bloqueio de nervos periféricos pode ser realizado?

Uma das vantagens do procedimento é que ele pode ser feito em várias regiões do corpo:

  • Membros superiores;
  • Membros inferiores;
  • Parede torácica;
  • Parede abdominal.

Quais são as possíveis complicações do bloqueio de nervos periféricos?

  • Intoxicação ao Anestésico Local;
  • Lesão Nervosa.

A complicação é evitada por meio de técnicas que evitam a lesão do nervo que foi bloqueado para a realização do procedimento cirúrgico. Por esse motivo, é fundamental que o profissional que aplicará a anestesia utilize todos os recursos possíveis para reduzir as chances de complicação — como é o caso do ultrassom, por exemplo.

 

Bloqueio anestésico de nervo craniano

Os nervos cranianos são ramos do nervo trigêmio e das raízes cervicais.

Na face, os principais ramos avaliados são supra e infra orbitários, supra e infra trocleares, mentonianos e aurículo-temporais. Já na região cervical, é possível identificar os nervos occipitais maiores e menores.

O nervo occipital maior é um dos nervos responsáveis pela inervação sensitiva cutânea da região occipital e suboccipital. Ele se origina da segunda raiz cervical (C2), e está envolvido na gênese de diversos tipos de dores de cabeça. Dentre elas, a migrânea (enxaqueca), cefaleia em salvas, cefaleia cervicogênica e a neuralgia occipital são dores que podem se beneficiar do bloqueio anestésico deste nervo.
 
Na enxaqueca crônica, pode haver dor à palpação dos nervos cranianos da face e um desconforto nas regiões occipital e cervical, que geralmente persistem mesmo após a resolução de uma crise de enxaqueca.
 
É neste contexto que entra o tratamento com bloqueio anestésico dos nervos cranianos.
 
O bloqueio nervoso com anestésicos e corticóides impede temporariamente a passagem do impulso nervoso, aliviando a dor. É um procedimento minimamente invasivo, bem tolerado pela maioria das pessoas e com poucos efeitos colaterais. É importante que o médico faça a palpação de outros nervos cranianos que também podem estar sensibilizados e contribuir para o processo doloroso.
 
O bloqueio dos nervos cranianos tem por objetivo auxiliar o tratamento medicamentoso e não medicamentoso das cefaleias, reduzindo a intensidade, a frequência e a duração da dor, melhorando a qualidade de vida e contribuindo para o alívio mais rápido dos sintomas.

 

 

Fontes:

Revista Brasileira de Anestesiologia;

Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA);

Clínica Médica Integrada de Anestesiologistas (CMIA).

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